O grupo de jovens não nasce pronto. Como a pessoa, ele precisa ser
preparado e “convocado para a vida”. Precisa ser gestado para nascer como
grupo. Vai passando por sucessivas etapas de crescimento, até chegar à
maturidade.
A comparação com as fases do crescimento da
pessoa humana facilita a compreensão das etapas de grupo. A semelhança, porém,
não significa que as etapas são iguais. O processo grupal têm seu próprio
dinamismo. Tampouco, estas etapas não se dão de forma mecânica e obrigatória,
como também não há linhas divisórias claras entre uma etapa e outra.
a) Nascimento e infância
O grupo nasce, assim como uma pessoa. Assim
como a criança, depende em tudo da mãe. O grupo depende, em tudo, do assessor e
de valores e expectativas trazidas pelos participantes. Os jovens vem com
expectativas diversificadas. A maioria para ver o que acontece. Não se conhecem
entre si como grupo. Não há um objetivo comum, nem consenso sobre o que seria o
grupo, suas exigências de convivência e funcionamento. A presença do assessor é
de máxima importância para acompanhar os primeiros momentos do grupo que nasce.
O grupo começa a crescer. É frágil no início. O assessor têm, ainda, um papel fundamental para a caminhada e
amadurecimento do grupo como grupo. Os jovens ainda não se conhecem, há pouca
história em comum, o conhecimento mútuo não é profundo, os participantes tem
pontos de referência e visão distintos sobre as coisas. O grupo está centrado
sobre si mesmo. Está numa fase de muito entusiasmo, com a união de todos, a
alegria de estar juntos, vivendo um presente diferente. Cada jovem também está
voltado para si mesmo, ansioso por encontrar solução para seus conflitos
pessoais, sobretudo afetivos. Todos, no entanto, tem medo de se expor. Aos
poucos cresce o desejo de conhecer-se mais e de chegar a ter uma identidade
própria.
O grupo tem
necessidade de seguir aprofundando o conhecimento mútuo e a integração, criando
um ambiente de acolhida e abertura para que cada jovem se descubra e se revele. Esta vivência grupal vai favorecer a relação
sistemática com outros que geralmente pensam diferente, têm experiências
diferentes, gostos variados e escalas de valores que nem sempre coincidem com a
própria. Embora existam muitas expectativas e temores não expressos e nem
objetivos definidos, começa-se a vislumbrar para onde vai o grupo.
b)
A adolescência
É uma fase de crise,
conflitos, passagem e mudança. Por outro lado, é um momento de crescimento de
tomada de consciência grupal, da crise de integração e de autoridade, da busca
de sentido do grupo e de sua localização na realidade. Diante da crise o grupo
se auto-afirma ou se desintegra. O diálogo é fundamental.
O assessor, com
sua experiência e seu conhecimento,
ajuda o grupo a objetivar e superar suas crises encontrando, juntos, seu
caminho.
c)
A juventude
O grupo que superou
a adolescência e vive essa nova etapa, apresenta-se com maior segurança e
estabilidade e maior independência com relação ao assessor. Aprofunda as
relações humanas, assume compromissos com mais seriedade, começa a definir uma
escala de valores, busca o verdadeiro sentido do amor, abre-se mais à realidade
social e começa a tomar opções importantes na vida. Apresenta-se aberto à
sociedade e às mudanças. Interessa-se pelos problemas sociais. Começa a se engajar,
comprometendo-se em movimentos sociais populares trabalhando pela mudança da
sociedade.
d)
A idade adulta
Podemos definir o
grupo que chegou a esta etapa como uma verdadeira “equipe de vida”, com fortes
relações interpessoais e opções vitais assumidas. Apesar da heterogeneidade de
pessoas, o grupo tem estabilidade, opiniões próprias e trabalhos. O grupo tem
consciência das próprias limitações, capacidade de auto-análise e revisão.
Uma das
características desta fase é estar voltado para fora, a serviço, gerador de
vida, quer na nucleação e acompanhamento de novos grupos, quer no serviço à
organização do povo, na comunidade ou nas organizações populares e políticas.
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